Caiado defende fim de amarras ideológicas e mais autonomia para estados no LIDE Brazil Investment Forum
Governador de Goiás critica centralização excessiva e propõe modelo inspirado no federalismo americano para fortalecer competitividade do Brasil.
Governador de Goiás, Ronaldo Caiado, alertou que país não pode ser mero exportador de commodities. (Foto: Vanessa Carvalho/LIDE)
Ao participar da 14ª edição do LIDE Brazil Investment Forum, em Nova York, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, fez um apelo por uma gestão pública menos ideológica e mais pragmática, voltada para a competitividade do país. Em sua fala, Caiado ressaltou que o Brasil precisa de um governo que saiba interpretar o momento econômico global e adotar medidas eficazes para ampliar sua presença no comércio internacional.
“Precisamos de um governo que não se vincule a teses ideológicas, mas que entenda o momento. E este momento precisa de ser feito um diagnóstico preciso de pessoas qualificadas para buscar aquilo que é importante para o Brasil ganhar espaço na comercialização do que tem”, afirmou.
O governador destacou o impacto positivo para Goiás e o Centro-Oeste durante a guerra comercial entre Estados Unidos e China em 2017, quando houve aumento nas exportações de soja e proteínas. Contudo, alertou que o país não pode se acomodar como mero exportador de commodities e precisa investir em tecnologia, inovação e inteligência artificial.
“Goiás já saiu na vanguarda, já apresentou o projeto de lei, matéria que será sancionada por mim, será o primeiro estado onde teremos a legislação aberta para que as pessoas possam se motivar ao uso da inteligência, à pesquisa, à inovação e à tecnologia”, revelou.
Federalismo à brasileira: crítica ao modelo concentrador
Caiado aproveitou o palco do LIDE Brazil Investment Forum para criticar a excessiva centralização de poder em Brasília, defendendo um modelo de governança mais próximo ao federalismo americano. Para ele, a falta de autonomia dos estados prejudica a capacidade de gestão e desenvolvimento regional.
“O que nós temos no Brasil é uma forma de estados com pouca autonomia. Precisávamos de ter uma cópia mais ou menos americana, onde os estados têm mais prerrogativas para legislar. O modelo tributário europeu, que foi adotado aqui, não tem nada a ver com o Brasil”, criticou.
Ele ressaltou que os estados têm demonstrado capacidade de gestão, citando avanços em indicadores como segurança pública, educação e combate à pobreza em Goiás.
Visão de futuro: reformas e fim da reeleição
Em tom político, Caiado foi claro ao defender uma postura firme para enfrentar as reformas estruturais que o Brasil tanto adia, como a reforma administrativa e previdenciária. Ele também se posicionou contra a reeleição para o cargo de presidente da República.
“Este momento não absorve mais o processo de reeleição no país. Alguém que for candidato e pensar na tese da reeleição não governará o país. Estará muito mais prorrogando problemas do que resolvendo-os”, declarou.
Para Caiado, o Brasil precisa estimular o empreendedorismo e oferecer à juventude oportunidades reais de protagonismo econômico.
“Chega de perder desafios como nós perdemos na globalização. É momento do Brasil mostrar o seu potencial, a sua capacidade”, concluiu.