“Fizemos o que é certo, do jeito certo”: Eduardo Leite exalta reformas do RS e cobra despolarização para destravar investimentos no Brasil

Governador gaúcho destaca que ajuste fiscal e ambiente de negócios estável permitiram a retomada do crescimento e defende um pacto nacional para atacar problemas reais, não adversários políticos.

Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul_Foto_ Vanessa Carvalho_LIDEEduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, defende reformas profundas para o desenvolvimento regional e nacional. (Foto: Vanessa Carvalho/LIDE)

O Brasil tem potencial para ser protagonista na disputa global por investimentos, mas desperdiça energia em polarizações estéreis enquanto perde espaço para concorrentes mais pragmáticos. Foi essa a mensagem central do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, em sua participação no LIDE Brazil Investment Forum, em Nova York. Ele apresentou o caso do RS como exemplo de que reformas profundas, responsabilidade fiscal e foco em soluções concretas são capazes de mudar a trajetória de um estado — e, por consequência, do país.

“Fizemos tudo isso não apenas fazendo o que é certo, mas fazendo do jeito certo, sem passar por cima de ninguém, sem brigar com as pessoas, brigando com os problemas”, afirmou.

Crescimento com responsabilidade: o caminho gaúcho

Leite lembrou que há poucos anos o Rio Grande do Sul era símbolo de crise fiscal: salários atrasados, incapacidade de investimentos e serviços públicos fragilizados. A virada veio com um pacote robusto de reformas estruturais — previdenciária, administrativa, privatizações e concessões — que devolveram capacidade de investimento ao Estado.

“Implementamos o maior conjunto de reformas entre os estados brasileiros. Fizemos a reforma previdenciária igual para civis e militares, algo inédito. Também reformamos as carreiras do serviço público, vedando benefícios como anuênios, triênios e quinquênios. Isso permitiu reduzir o comprometimento da folha de 80% para 60% da receita corrente líquida”, destacou.

O resultado foi uma ampliação expressiva da capacidade de investimento, de 2% para 10% da receita corrente líquida em 2023. Além disso, as privatizações e concessões trouxeram R$ 35 bilhões em investimentos já contratados, com expectativa de chegar a R$ 50 bilhões até o fim do atual mandato.

 

Portfólio de investimentos e protagonismo no setor tecnológico

O governador ressaltou que, além da infraestrutura tradicional, o Rio Grande do Sul vem se posicionando como destino estratégico para grandes projetos de tecnologia e inovação. Um exemplo é o parque de data centers em Eldorado do Sul, que acaba de receber autorização para utilizar até 5 gigawatts de energia — o equivalente a toda a demanda elétrica do estado do Rio de Janeiro.

“Se o Brasil encaminhar segurança e privacidade dos dados, podemos atrair investimentos robustos das grandes empresas de tecnologia para o Rio Grande do Sul”, afirmou.

Leite também destacou que o estado é berço de importantes polos de inovação, como o Tecnopuc e o Tecnocinos, além de abrigar multinacionais como John Deere, General Motors, Dell, e empresas gaúchas com presença global, como Gerdau, Marco Polo, Randon e Tramontina.

Dados concretos de uma recuperação sólida 

Em meio ao processo de reconstrução após a tragédia climática de 2023 — classificada por Leite como “o maior desastre em impacto econômico da história brasileira” — o Rio Grande do Sul registrou desempenho econômico acima da média nacional. Em 2023, o PIB gaúcho cresceu 4,9%, superando os 3,4% do Brasil, e nos primeiros três meses de 2024 o estado já gerou mais empregos do que em todo o ano anterior.

“A recuperação é real, amparada por um plano consistente. Somos o terceiro maior gerador de empregos do Brasil, mesmo com a sexta maior população”, pontuou.

Além dos indicadores econômicos, Leite também apresentou avanços expressivos em segurança pública: redução de mais de 70% nos roubos a pedestres, 50% nos homicídios e 80% nos roubos de veículos.

Um chamado à despolarização para avançar como país

O governador finalizou sua fala com uma defesa enfática de que o Brasil precisa superar a lógica de confrontos políticos estéreis e focar em soluções concretas para problemas estruturais.

“O Brasil polarizado gasta uma energia monumental para atacar uns aos outros enquanto a inflação, a criminalidade e outros problemas seguem livres. Precisamos focar essa energia em resolver os problemas e entregar ao país o futuro de prosperidade que ele merece”, concluiu.