"Queremos ajudar os bancos a oferecer mais cartões ecológicos aos consumidores”, afirma Ajay Bhalla, da Mastercard

A busca por equilíbrio sócio-econômico-ambiental ganha urgência global e empresas de diversos setores implantam agendas de transformação corporativa.

0-1"Nosso objetivo é simples: queremos ajudar os bancos a oferecer mais cartões ecológicos aos consumidores”, afirma Ajay Bhalla, da Mastercard. (Foto: Divulgação)

O planeta vive dois grandes desafios. O primeiro, mais delicado, é o controle da pandemia no novo coronavírus. E o segundo, é a retomada do crescimento econômico global. Antes da pandemia, lideranças políticas e empresariais debatiam a necessidade de buscar a redução da desigualdade social, promover a inclusão e enfrentar os graves problemas ambientais. Fóruns, como o de Davos, polo do pensamento econômico moderno, encararam com bastante atenção o prenúncio desses novos tempos. O Brasil tem bastante peso nesta discussão, por ser um país em desenvolvimento, de dimensões continentais, com estrutura produtiva de envergadura e recursos naturais de importância mundial.

A proposta implícita no conceito ESG (environmental, social and corporate governance), atualmente, mobiliza governantes de todo o mundo, gestores, investidores e empresas inovadoras. Ao adotar esses princípios, companhias espalham nova cultura. Os investimentos em fundos associados a esses valores já formam patrimônio de US$ 1 trilhão. “A sigla ESG passou a ser a mais citada pelo mercado financeiro e também nos demais segmentos da economia nos últimos meses e a tendência é que ela atraia ainda mais atenção daqui por diante”, explica Vitor Bidetti, CEO da Integral BREI, empresa de estruturação e gestão de fundos imobiliários.

Bidetti destaca que a sigla mereceu atenção especial no Fórum Econômico de Davos e logo em seguida ganho o status de tema prioritário global. “Isso foi graças a manifestações das maiores instituições financeiras do mundo, as quais alertaram para a importância de levar em conta esses parâmetros para atrair investidores”, pontua. O CEO ainda completa que temas ganharam ainda mais relevância durante a pandemia e no Brasil não foi diferente.

“Os maiores bancos, além de companhias de diferentes portes e setores, passaram a chamar a atenção para o ESG. A B3 e a S&P Dow Jones anunciaram recentemente o lançamento do “Índice S&P/B3 Brasil ESG” e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) constatou que “os reguladores de todo o mundo analisam a agenda ESG”, destaca Bidetti.

Estratégia

Diante deste cenário, o executivo acredita que fica evidente que não se trata apenas de um valor passageiro. “Os parâmetros ESG vieram para ficar e sua importância só tende a crescer. E não apenas por uma questão de responsabilidade social e de sustentabilidade, mas também porque está se tornando cada vez mais claro que a estratégia é um ótimo negócio. Em primeiro lugar, as companhias que agem dentro dos padrões corretos quanto ao meio ambiente, social e governança são as que têm atraído mais investimentos”, completa.

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"Empresas do futuro são as que demonstrarem adequações nãoapenas no discurso, mas na prática”, diz Antonio Lage, CEO da Valor Real. (Foto: Divulgação)

A ascensão do ESG tem representado, na visão do CEO, um típico exemplo em que se cria uma situação “ganha-ganha”. “Além de ser benéfico para os países e para todo o planeta, tem trazido resultados financeiros positivos para as empresas. E o potencial de crescimento é enorme no Brasil, onde o investimento dentro de parâmetros ambientais, sociais e de governança ainda engatinha. Temos, portanto, muito a fazer. A boa notícia é que as iniciativas já começaram e os resultados têm mostrado que vamos seguir rapidamente nessa trilha que tem se mostrado tão exitosa”, encerra Bidetti.

Construção e incorporação

As melhores práticas ambientais, sociais e de governança estão se tornando balizadoras das ações e investimentos de empresas. No mercado da construção e incorporação, não é diferente. Apesar de abrangente, o assunto se refere à avaliação de como as companhias estão gerando (ou minimizando) impactos ao meio ambiente e à sociedade, em uma análise que indica os riscos de negócios e investimentos.

No segmento de empreendimentos populares com padrão de qualidade superior e boa relação custo-benefício, a Valor Real Empreendimentos, que atua na Região Metropolitana de Curitiba, tem dedicado os últimos dois anos a adequar seus lançamentos e canteiros de obras aos quesitos de sustentabilidade. As certificações começam a ser obtidas e a empresa está se credenciando para negociar com fundos investidores.

Vitor-Bidetti-BREI-3"Os maiores bancos, além de companhias de diferentes portes e setores, passaram a chamar a atenção para o ESG”, Vitor Bidetti, CEO da Integral BREI. (Foto: Divulgação)

O primeiro resultado veio em 2018, quando o Greenbuilding Brasil (GBC) certificou o residencial Pinhais Park como o primeiro condomínio popular do programa Minha Casa Minha Vida no país a receber a certificação de projetos do GBC Condomínio. Em agosto, o empreendimento recebeu o Selo Ouro do GBC, que atesta que todos os critérios avaliados pela certificação foram executados até a entrega do condomínio. “Trabalhamos para cumprir todos os requisitos de sustentabilidade e responsabilidade social. O mundo e o mercado estão voltando os olhos para esses critérios ao definirem novos negócios e investimentos. As empresas do futuro são as que demonstrarem adequações não apenas no discurso, mas na prática”, afirma Antonio Lage, CEO da Valor Real Empreendimentos.

Escolhas conscientes

A Mastercard tornou o Ambiental, o Social e a Governança o foco central de seu modelo de negócios, aplicando a escala e o escopo máximos da tecnologia, das parcerias e das pessoas para promover o crescimento inclusivo e sustentável para todos. A empresa possui um extenso histórico na criação de produtos, serviços, parcerias e experiências que permitem que os consumidores façam escolhas de consumo sustentáveis que sejam melhores para o planeta - de maneira fácil e intuitiva, em seu próprio benefício. “Nosso objetivo é simples: queremos ajudar os bancos a oferecer mais cartões ecológicos aos consumidores e estamos tomando medidas concretas para promover essa mudança. Dessa forma, todos se beneficiam - é melhor para o meio ambiente, é melhor para os negócios e atende às crescentes necessidades dos consumidores”, diz Ajay Bhalla, presidente de Cyber & Intelligence da Mastercard.

A Mastercard também está comprometida em construir uma economia digital mais inclusiva que funcione para todos. Isso inclui conectar 1 bilhão de pessoas e 50 milhões de PMEs à economia digital até 2025 e apoiar 25 milhões de mulheres empreendedoras no crescimento de suas empresas. “Estamos empolgados em ver nossos esforços ganhando força em tantas partes do mundo e esperamos que mais organizações se unam a nós, pois usamos o nosso poder coletivamente para o bem para enfrentar esses desafios ambientais urgentes”, finaliza Bhalla.