Bill Ackman defende pausa de 180 dias em tarifas e aposta em corte de juros pelo Fed em breve

O investidor Bill Ackman, fundador da Pershing Square, sugeriu que o próximo passo nas negociações tarifárias entre EUA e China deveria ser uma trégua de 180 dias. Em entrevista à CNBC, ele afirmou que a medida "estabilizaria os riscos para a economia americana" e forçaria a China a buscar um acordo. "A China está altamente incentivada a fechar um acordo porque, com a ameaça de tarifas altas, toda empresa que produz lá e vende para os EUA está mudando suas cadeias de suprimentos", disse.

Ackman também comentou sobre inflação, prevendo que o Federal Reserve (Fed) pode cortar juros ainda este ano. "Acho que um pequeno corte em breve faz sentido. Houve uma desaceleração na economia, e a incerteza tarifária fez muitas empresas pausarem decisões", afirmou.

Ele acredita que o impacto das tarifas será pontual: "É um reajuste único, não uma inflação cumulativa".

Sobre os recentes acontecimentos envolvendo a Berkshire Hathaway e o investidor Warren Buffett, Ackman elogiou o novo CEO, Greg Abel, mas ponderou: "Ainda não está provado se a equipe atual tem a mesma capacidade de Buffett para adquirir negócios".

Ele acredita que a empresa começará a retornar capital aos acionistas via dividendos e recompras de ações.

O fundador da Pershing foi crítico, por sua vez, ao falar sobre a Universidade de Harvard, alvo de críticas recentes do presidente americano, Donald Trump. "A universidade virou uma organização de advocacia política de um partido. Não merece status de sem fins lucrativos. É hora de mudança no conselho", concluiu. A fala foi posteriormente compartilhada pelo republicano em seu perfil na Truth Social.