Especialista explica vantagens de se ter criptoativos em cenário adverso

Na edição do podcast “InDaHousi”, o CEO da Housi, Alexandre Frankel recebeu Felippe Percigo, que é especialista em criptoativos, professor de MBA em finanças digitais e co-fundador da primeira plataforma de tokenização do Brasil.

Durante a conversa, Alexandre Frankel e Felippe Percigo citaram a situação dos conflitos entre Rússia e Ucrânia como um grande exemplo prático das vantagens de se ter criptoativos em uma carteira de investimentos. A guerra fez com que os sistemas bancários e monetários de ambos os países desmoronassem a partir de uma série de sanções, bloqueios bancários, confiscos e a grande desvalorização das moedas locais.

Com isso, a busca por artigos de luxo como jóias e relógios disparou na região, como uma forma de proteger o seu patrimônio durante momentos de incerteza geopolítica e financeira. A razão pela alta procura por itens de marcas como Bulgari e Louis Vuitton se dá pelo fato de os itens oferecerem a possibilidade de comercialização em outros países em casos de necessidade.

Em uma era digital, o mundo das finanças se transforma cada vez mais. Agora, temos moedas que vivem apenas em redes blockchain e são transacionadas por meio de computadores e celulares, sem representação física ou ligação com bancos e governos. E elas não se resumem à apenas moedas, mas também podem representar outros ativos digitais e físicos, como partes de um empreendimento, ou até mesmo benefícios, como o direito à cashback e descontos.

Diante deste cenário, investidores buscam entender quais as vantagens de se ter criptoativos em uma carteira de investimentos. Para começar, é preciso descobrir como funciona a tecnologia por trás de tudo isso: o blockchain.

Segundo Felippe, as pessoas podem confundir o blockchain com o bitcoin, mas são coisas diferentes. O blockchain refere-se a um conjunto de tecnologias utilizada para abrigar criptomoedas, tokens, NFTs, contratos inteligentes e muito mais, enquanto o bitcoin é apenas uma das criptomoedas disponíveis para investir.

“O blockchain é um conjunto de tecnologias que visa melhorar alguns processos e hoje qualquer pessoa pode utilizar o blockchain no seu negócio, desde que o adapte e modele para isso”, explicou Percigo, citando o exemplo da Housi com o cashback token.

As suas diferenças com as finanças tradicionais podem ser apontadas como uma das principais vantagens dos ativos digitais, e não uma desvantagem como muitos podem pensar. Explicando como funcionam os bancos atualmente, Percigo conta que eles não armazenam o seu dinheiro depositado em conta, mas na verdade o utilizam para realizar empréstimos a outros clientes.

“No modelo atual há uma falsa segurança de que o banco está cuidando do seu dinheiro, mas no final a gente sabe, que você deposita seu dinheiro ali, o banco fala que está cuidando, mas na verdade está emprestando para todo mundo. Se a gente for parar para pensar, nosso dinheiro não é nosso. Nossa casa não é nossa, porque se vier alguma lei extrema dizendo que temos que entregar nossa casa, a gente tem que acatar, então é uma ilusão de que é nosso, porque não é”, acrescentou Percigo sobre o sistema tradicional.

Por outro lado, as criptomoedas possuem custódia própria, ou seja, não são os bancos que ficam com elas e sim o próprio investidor. O modelo impossibilita a aplicação de sanções, confisco, bloqueio bancário, entre outros. “Quando a gente cria a nossa carteira cripto, temos uma série de palavras para recuperar aquele saldo na carteira. E só a gente tem acesso a isso, o banco não consegue confiscar”, explicou Felippe.

A série de palavras mencionada por ele se chama frase semente, e é ela que fica armazenada em sua carteira digital, não as criptomoedas em si. As criptomoedas são nativas do blockchain e lá permanecem, por isso é necessária uma espécie de senha para acessá-las, que é pessoal e intransferível.

Para Felippe Percigo, as criptomoedas apresentariam uma solução ainda melhor. “Se a pessoa tivesse alguma criptomoeda, ela poderia levar para outro país e aí trocar pelo dinheiro do país onde ela estivesse”, sem precisar correr riscos de assalto ou perda dos itens.

Com a chegada das criptomoedas e do blockchain, o mundo das finanças pôde se transformar em digital por inteiro e uma nova forma de dinheiro passou a surgir diretamente na internet. Trata-se de um dinheiro digital e internacional, que pode facilitar processos antes extremamente burocráticos.

“A evolução da desburocratização dos processos se dá pelo blockchain. Então incorporando o blockchain, por exemplo, nessa parte imobiliária ou no mercado financeiro, a gente desburocratiza, a gente tira alguns intermediários. Isso tornaria o processo muito mais barato, mais rápido, mais ágil, e até a própria custódia, a versatilidade de mexer com um ativo, é maior”, conclui Felippe.

A Housi acredita que a educação sobre a tecnologia é um fator determinante para a sua evolução, e por isso promove uma série de encontros com especialistas no “IndaHousi”. Informações que antes eram disponibilizadas para um grupo restrito de investidores, agora também estão disponíveis no Spotify e no YouTube.