Brasileiro passa a consumir mais vitaminas e mercado registra exponencial crescimento na venda de suplementos

Consumo de suplementos alimentares no Brasil aumentou 10% nos últimos cinco anos e os produtos já estão presentes em 59% dos lares brasileiros, com no mínimo uma pessoa consumindo suplementos.

vitamineseAugusto Cruz Neto, fundador da Vitamine-Se. (Foto: Divulgação)

O contexto de pandemia provocou aumento da procura por produtos que contribuem para a saúde, como é o caso das vitaminas e suplementos alimentares. Estudo feito pela ePharma, líder no gerenciamento de programas de benefícios de medicamentos (PBM), revelou que nos primeiros meses da pandemia o consumo de vitamínicos cresceu aproximadamente 30% no país.

Publicada no terceiro trimestre do ano passado, a segunda edição da Pesquisa de Mercado “Hábitos de Consumo de Suplementos Alimentares no Brasil”, orientada pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (ABIAD), também refletia uma importante mudança de comportamento dos consumidores. De acordo com o levantamento, o consumo de suplementos alimentares no Brasil aumentou 10% nos últimos cinco anos e os produtos já estão presentes em 59% dos lares brasileiros, com no mínimo uma pessoa consumindo suplementos. Entre as principais conclusões, a pesquisa aponta que 90% dos entrevistados usam o suplemento alimentar como um complemento à alimentação e que 85% buscam saúde e bem-estar.

Segundo o médico Sergio Setsuo Maeda, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP), o excessivo consumo de vitaminas pode dar ao paciente uma falsa sensação de proteção. “Isto aconteceu em particular com a vitamina D. Claro que, na pandemia, devido à necessidade de isolamento social e menor chance de exposição solar, a chance de indivíduos desenvolverem hipovitaminose D aumenta. O consumo de vitaminas é valido para preencher e corrigir deficiências nutricionais. Porém, o uso excessivo pode ser potencialmente prejudicial”, explica.

Mais natural

Líder no mercado de fitoterápicos no país, a Herbarium prevê expansão. No segundo semestre de 2020, o portfólio da companhia foi ampliado com o lançamento de Simpli-D, a primeira vitamina em spray sub-lingual do mercado, além de três marcas já existentes: Kaloba e Tebonin, conhecidas no setor de fitoterápicos, assim como Cognitus, produto Herbarium reincorporado após alguns anos sendo comercializado por uma grande empresa multinacional. Somente a entrada destes produtos na linha poderá representar um crescimento aproximado de 70% no faturamento da empresa a partir do próximo ano, além de consolidar a posição de liderança da empresa no mercado de fitoterápicos.

Marcelo Geraldi, presidente da Herbarium, aponta que o respeito ao meio ambiente é um princípio básico para a companhia e seus 400 colaboradores. “Nosso negócio é pautado em promover saúde e bem-estar de forma natural e com o menor impacto possível para o planeta. Todo o nosso processo de produção é abastecido por sistemas sustentáveis, desde a captação de água - vindas de poço artesiano e de energia, a partir de pequenos fornecedores com baixíssimo impacto ambiental, passando pela forma como tratamos os nossos resíduos e o recolhimento dos nossos produtos após o uso com a logística reversa", explica.

No campo dos negócios, Geraldi destaca que a expansão do portfólio acontece no momento em que a demanda por produtos naturais e fitoterápicos cresce em todo o país, diante do aumento de distúrbios como a ansiedade, que acomete 18 milhões de brasileiros segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e que, devido ao isolamento social, teve um aumento de 80% no número de casos.

HerbariumMarcelo Geraldi, presidente da Herbarium. (Foto: Divulgação)

Facilidade

Importar medicamentos e suplementos de outros países, como os Estados Unidos, por exemplo, apesar de ser uma prática autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para pessoas físicas, nunca foi uma tarefa fácil em função dos trâmites legais exigidos pela legislação brasileira. Para facilitar o acesso aos tratamentos, ainda sem registro no país, foi fundada, em 2018, a MyPharma2Go, uma plataforma de e-commerce crossborder que permite o acesso dos pacientes aos medicamentos e suplementos internacionais, utilizando meios de pagamento nacionais —boleto e parcelamento no cartão —, upload da prescrição médica e monitoria do processo de envio internacional desde a origem até a entrega. Isso só é possível com a utilização da RDC 28/2011 da Anvisa, legislação que permite que o paciente importe produtos não disponíveis no mercado local, desde que não contenham quaisquer ingredientes proibidos e que tenham prescrição de um profissional de saúde para uso estritamente pessoal.

Segundo André Di Donato, CEO da MyPharma2Go, nos últimos três anos, a empresa impactou mais de 10 mil profissionais da saúde e já atendeu cerca de 30 mil pacientes em todo o Brasil, levando informações sobre os produtos e prestando serviços de apoio à aquisição dos mesmos, com atendimento personalizado e logística internacional com o selo de garantia de entrega em todo território nacional. “Para as marcas é uma oportunidade para testar o mercado antes de solicitar o registro definitivo da Anvisa e tornar seus produtos conhecidos dos líderes de opinião e consumidores finais”, destaca Di Donato.

Tecnologia nutricional

No final de abril, chegou ao Brasil a Vitamine-se, primeira plataforma de suplementação inteligente da América Latina. Criada por Augusto Cruz Neto, a ferramenta utiliza-se de algoritmos, que cruzam dados dos usuários a partir da resposta a 20 perguntas e indicam a combinação de vitaminas que são fundamentais para a melhoria da qualidade de vida da pessoa. Com investimento de R$ 2 milhões, e previsão de faturamento de R$ 10 milhões, nos primeiros 12 meses.

A empresa atua dentro de ambiente com a oferta de micro e meso nutrientes. O portfólio atual conta com 19 produtos, entre eles os minerais mais popularmente conhecidos como Zinco e Magnésio quelatos e o Cálcio malato, que são um diferencial. Augusto Cruz Neto diz que está prevista para agosto, uma segunda fase que marcará a inovação dos produtos, que vai incluir a linha em pó, com colágeno, glutamina e whey protein.