Nísia Trindade Lima: 'Podermos agora contar com um medicamento, certamente terá um forte impacto positivo no enfrentamento à pandemia'

Depois da pandemia, pesquisa e produção de vacinas ganham atenção renovada.

Nisia-1024x768Nísia Trindade Lima, atual ministra da Saúde. (Foto: Reprodução)

De acordo com o Calendário de Vacinação da Sociedade Brasieira de Imunizações, um bebê recebe 26 doses de vacinas desde o nascimento até completar 18 meses de vida. Estima-se que cerca de 300 mil bebês sejam vacinados todos os anos na rede privada de vacinação. Mirando esse público e abarcar 5% do mercado de imunizantes, o Vacinas.Net, acaba de lançar planos vacinais voltados a recém-nascidos. O hub conecta clínicas e pacientes, objetivando facilitar o acesso à prevenção, desde o início da vida e proporcionar mais conveniência aos pais, que conseguem programar o calendário vacinal completo da criança.

“Sabemos da importância da vacinação em todas as etapas da vida, mas ela é fundamental e indispensável na primeira infância. Ter tudo isso garantido e organizado é um ato de cuidado e proteção. Nossa ideia é ajudar nessa missão de proporcionar com segurança, em apenas alguns cliques”, ressalta Marcos Tendler, CEO da empresa.

O marketplace, que nasceu em abril de 2020, é o maior da categoria no Brasil, reunindo mais de 300 clínicas no país e espera alcançar um faturamento da ordem de R$ 100 milhões por ano até 2024. Atualmente, são mais de 10 mil clientes responsáveis por gerar 15 mil pedidos, que resultaram na aplicação de quase 30 mil vacinas – média de quase duas doses por pedido.

Inovações

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio de seu Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz), e a farmacêutica americana MSD (Merck Sharp & Dohme) assinaram em maio deste ano um acordo de cooperação tecnológica para a produção de Molnupiravir, antiviral oral para o tratamento da Covid-19, no Brasil. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu autorização de uso emergencial do medicamento no país.

Por meio do acordo, a Fiocruz passará a ser responsável pela armazenagem, administração, rotulagem, embalagem, testagem, liberação, importação e fornecimento do medicamento Molnupiravir para o Sistema Única de Saúde. O acordo prevê ainda a condução de ensaios clínicos, em parceria com a farmacêutica, para eventual uso em profilaxia de Covid-19, e o início de estudos para avaliar a atividade do medicamento em outros vírus também endêmicos no Brasil, como dengue e chikungunya.

“A Fiocruz sempre esteve na vanguarda em tratamentos para diversos tipos de doenças. Além do avanço da vacinação de Covid-19 no país, podermos agora contar adicionalmente com um medicamento que contribui para a redução o número de pacientes com Covid-19 leve a moderado que progridem para doença grave, que certamente terá um forte impacto positivo no SUS e no enfrentamento à pandemia”, comenta a então presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, atual ministra da Saúde.

Além do Brasil, o medicamento já recebeu aprovação condicional pela MHRA (Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde), no Reino Unido, e pela EMA (Agência Regulatória Europeia), e aprovação do uso emergencial pelo FDA (EUA) e está em uso em 17 países.

Nova ameaça

Outra doença que preocupa os brasileiros é a mpox, que chegou a registrar em um único dia, na cidade do Rio de Janeiro, mais de mil casos, segundo dados do Centro de Informações Estratégicas e Resposta de Vigilância em Saúde. Para auxiliar no combate à nova ameaça, o Grupo Sabin desenvolveu o exame PCR, que permite o diagnóstico da mpox com uma amostra coletada por meio de um swab nas lesões provocadas pela doença. Produzido por pesquisadores do Núcleo Técnico Operacional (NTO), em Brasília, o teste já está disponível no portfólio de serviços da empresa e tem resultado definido em até três dias.

A biomédica e gerente do NTO do Sabin, Graciella Martins, explica que dentro do laboratório foi desenhado um plano para a detecção do vírus com os resultados iniciais que comprovaram a eficácia da metodologia - ainda na etapa de validação - e confirmaram que o DNA identificado na amostra é de fato do Mpox virus.

Ainda segundo a especialista, a implementação rápida do exame pode contribuir com as estratégias das autoridades sanitárias para controle da transmissão viral. Além disso, a biomédica acredita que a oferta de exames também na rede privada pode aliviar a demanda e encurtar o tempo de diagnóstico de mpox.

Sintomas

Atualmente, são considerados casos suspeitos pessoas que apresentem erupções cutâneas agudas em qualquer parte do corpo (incluindo região genital) sugestivas de mpox, associadas a sintomas como febre, dor de cabeça e linfoadenomegalia (inchaço dos gânglios linfáticos), combinado com histórico de viagem para países endêmicos ou contato próximo com indivíduo infectado.

Clinicamente menos grave que a varíola humana, a varíola dos macacos foi identificada em 1958 e é transmitida pelo vírus mpox. A doença zoonótica viral é confirmada por exames. Ao ser detectada, o indivíduo deve permanecer em isolamento de con- tato conforme recomendação médica.

Fakenews

Em busca de respostas sobre o quanto as notícias falsas desafiam a cobertura vacinal, o IBOPE Inteligência fez uma pesquisa a partir de mil entrevistas on-line com mães e pais de todas as regiões do país, como parte da campanha “Mais Que Um Palpite”. A ação é uma iniciativa da Pfizer e da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) para combater mitos sobre a saúde das crianças com informações de qualidade e para conscientizar sobre a importância da prevenção de doenças infectocontagiosas.

Cerca de 13% dos entrevistados acreditam que “vacinas só são necessárias quando existem surtos, epidemias ou pandemias” e 10% não souberam responder no levantamento. Quando a população está com o seu esquema de vacinação atualizado, o risco de surgirem surtos, epidemias ou pandemias é drasticamente reduzido. Por isso, a vacinação é uma importante ferramenta para prevenir que doenças se propagem, conforme endossam especialistas da área.

Evolução: vacinas bivalentes contra Covid-19 Dezembro foi marcado pela chegada ao Brasil das doses da vacina bivalente contra a Covid-19 da Pfizer/BioNTech. Foram disponibilizadas cerca de 8.9 milhões de imunizantes adaptados às variantes Ômicron BA.4/BA.5, além disso ainda é esperada a entrega de cerca de 27.4 milhões de doses da vacina bivalente, completando assim aproximadamente 36.3 milhões de doses entregues ao longo de dois meses. Aprovadas no dia 22 de novembro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para uso emergencial, as vacinas bivalentes estão indicadas para dose de reforço na população de 12 anos de idade ou mais.

“Estamos em um novo momento da pandemia, que segue em curso em todo o mundo, com mutações constantes do vírus e aumento de casos pelas novas variantes de preocupação. Diante disso, enfatizamos a importância de manter o esquema vacinal atualizado, incluindo as doses de reforço”, diz Adriana Polycarpo Ribeiro, diretora médica da Pfizer Brasil.

Reconhecimento

O Instituto Butantan foi um dos vencedores do Prêmio Einstein Os + Admirados da Imprensa de Saúde, Ciência e Bem-Estar de 2022, na categoria Canal Digital, divulgada em setembro. A premiação, que é organizada pela Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein em parceria com Jornalistas&Cia, busca valorizar e incentivar o trabalho dos profissionais que se dedicam na cobertura e na divulgação de informações e notícias relacionadas ao universo da saúde.

Os canais digitais do instituto têm apresentado recorde de acompanhamento nos últimos anos. O perfil do Instagram possui mais de 1 milhão de seguidores, a página no Linkedin tem em média 500 novos seguidores por semana e as buscas orgânicas pelo Butantan no site do Google ultrapassaram o número de 1 milhão em menos de um mês em maio de 2022. Os números refletem o trabalho incansável da comunicação do Butantan em seus canais internos e externos.