Ana Tena: Os resultados vão ao encontro com as expectativas, graças às estratégias de negócios

Alocação de fundos de investimentos brasileiros cresceu 292% em cinco anos no exterior, e impulsiona novos produtos e serviços.

Ana Tena, CEO do Grupo Travelex Confidence: “os resultados vão ao encontro com as expectativas, graças às estratégias de negócios” (Foto: Divulgação)

Ao longo dos últimos anos, frente a cenários instá- veis e incertos, o investi- dor começou a entender que era preciso algum tipo de diversificação fora do Brasil para diluir riscos”. A frase de Filipe Ferreira, dire- tor da Nelogica, empresa provedora de tecnologia para investimentos da América Latina e responsável pela Comdinheiro, ajuda a ilustrar o atual momento do país no quesito comportamento dos investidores brasilei- ros, que cada vez mais estão aportando recursos para fora do país, especialmente, por meio de fundos de investimento. 

Detalhando em dados, um estudo feito pela Com dinheiro/Nelogica revela que a migração de recursos, via esses fundos, cresceu 292% na última meia-década, passando de R$ 89,4 bilhões, em 2018, para R$ 350,9 bi, no mesmo período em 2023. De acordo com o mesmo levantamento, em apenas um ano, a cifra relativa à migração de recursos deu um salto de 150% – saindo de R$ 138,7 bilhões em 2020, para R$ 347,2 bilhões em 2021. E um dos fatores citados, no documento, como acelerador deste movimento foi a pandemia da Covid-19.

Ferreira pondera que o investidor brasileiro tendia a optar por aplicações apenas no mercado doméstico, sendo pouco aderente, até então, a direcionar recursos para papéis fora do país. Segundo o executivo, esse comportamento é natural, apesar de ser contrário às teorias financeiras de diversificação e redução de riscos.“

Juros baixos no Brasil e uma crise sem precedentes, porém, reduziram esse viés e se passou a buscar mais segurança em aplicações vinculadas a dólar e nos Estados Unidos, como é comum no mundo inteiro”, analisa Ferreira. 

Bons números

O Travelex Group, líder global em FX, representado no Brasil pelo banco Travelex Bank e pela corretora Travelex Confidence, registrou crescimento em 2022 de 49% em relação ao ano passado, em volume transacionado. Com 15,6 bilhões de dólares e mais de 1,1 milhão de operações de câmbio realizadas, o grupo alcançou um aumento de 252% no lucro líquido no mesmo período.

Para Ana Tena, CEO do Grupo Travelex Confidence, os resultados vão ao encontro com as expectativas, graças às estratégias de negócios desenhadas para ambas as verticais. “Nosso propósito é criar experiências de valor aos clientes e, para isso, seguimos rigorosamente com nosso plano de expansão geográfica, atendimentos personalizados para pessoas físicas e jurídicas, além de investir em novas tecnologias, digialização, automação e metodologias ágeis. Desse modo, estamos mais próximos de nossos clientes e de grandes players do mercado”, comenta.

A Travelex Confidence manteve expressiva presença nas principais cidades brasileiras, fechando o ano com 114 lojas físicas e mais de 430 correspondentes cambiais, readequando as operações para oferecer soluções e atendimentos omnichannel, fortalecimento na rede de correspondentes, call center, apps em mobile e internet banking. “Para este ano, nossa prioridade é manter o foco em soluções digitais para os nossos clientes, oferecendo também um gerente especialista em câmbio dedicado para pessoas físicas e empresas, com respostas e soluções inovadoras em poucas horas. Seguimos confiantes que continuaremos com resultados positivos, zelando pela credibilidade, proximidade e compromisso com a excelência”, finaliza a CEO.

Em movimento

As mudanças econômicas globais já impactam diferentes empresas e operações como câmbio e aplicações em dólar. Em razão do cenário de alta de juros nos EUA, os investimentos em renda fixa no exterior estão ganhando destaque nas carteiras dos investidores. A opção é atrativa para quem investe lá fora ou quer começar a investir, mas tem perfil mais conservador. Outra vantagem destacável é que essa diversificação de ativos pode gerar um ganho a mais, em caso de apreciação do dólar frente ao Real.

Nesse contexto, novos produtos estão chegando ao mercado e se tornando mais acessíveis aos investidores brasileiros. Pensando nisso, a fintech Nomad, lançou recentemente uma plataforma de investimentos chamada Renda Fixa Nomad. De acordo com Celso Pereira, diretor de Investimentos da instituição, a novidade foi desenvolvida para atender à demanda de clientes que buscam investimentos em renda fixa em dólar, sem oscilações negativas.

“Nosso objetivo é diversificar a oferta com soluções sob medida para os brasileiros que buscam uma vida financeira global. Com as quedas de valores de mercado de ações, os produtos de renda fixa com previsibilidade de retorno para o investidor voltaram ao topo da popularidade”, comenta. 

Caio Fasanella, head de Investimentos da Nomad, explica que as soluções de Renda Fixa da Nomad são especialmente competitivas para quem busca retorno financeiro com simplicidade e previsibilidade. “Se o cliente encontrar um uso melhor para o dinheiro investido, basta resgatar sua aplicação sem pagar taxas por isso”, explica.

Aproximação Internacional

Revista LIDE 1Da esquerda para a direita: Caio Fasanella, head de Investimentos da Nomad, e Igor Rongel, head de investimentos do C6 Bank. Ambos. (Foto: Divulgação)

A aquisição de bancos, fusões e parcerias também colocam o Brasil na linha de frente do sistema financeiro global, criando boas oportunidades para investidores, seja pela troca de know-how ou pela facilidade de operar em novos mercados. O C6 Bank acaba de lançar, em parceria com o J.P. Morgan Asset Management, carteira de ações brasileiras com foco na distribuição de dividendos. Os clientes podem investir diretamente pelo app do banco via C6 Invest, com aplicação mínima a partir de R$ 1 mil. Esse é o primeiro produto de investimentos ofertado pelo C6 Bank em parceria com a instituição financeira americana, que tem 40% de participação da instituição brasileira.

“Ter um produto com o selo JP Morgan na prateleira e poder ofertá-lo a todos os clientes, com aplicação mínima acessível, é um exemplo do que estamos construindo na plataforma de investimentos do C6 Bank”, diz Igor Rongel, head de investimentos do banco. “Em breve essa parceria vai resultar em novos produtos, que unem a expertise das duas instituições”, complementa.

A C6 Global Invest é a plataforma de investimento internacional do banco, lançada em abril de 2021. Por meio dela, já era possível investir em mais de 200 mutual funds e hedge funds de gestoras consagradas e diretamente em ações, ADRs, ETFs e REITs negociados nas bolsas de Nova York Miami, atualmente, é o novo Hub para América Latina nos Estados Unidos. Assim como bancos, gestoras de fundos e serviços financeiros, o Banco do Brasil tem hoje operações na região que estão fazendo cada vez mais diferença para os clientes brasileiros que buscam investimentos e oportunidades no exterior: o BB Americas, a agência BB Miami e a BB Securities, subsidiária do BB que oferece serviços de corretagem a clientes individuais e institucionais.

Para melhorar a experiência do cliente, o BB Americas vai assimilar a operação do BB Miami, permitindo a migração de mais de sete mil contas vindas do BB Miami. Neste montante, há clientes BB (a maioria do segmento Private) além de todos os funcionários de embaixadas e das Forças Armadas brasileiras que atuam em países do mundo inteiro.

“O total de ativos do BB Americas cresceu quase 140% entre 2021 e 2022, sinalizando o potencial que temos para oferecer soluções e serviços de crédito para quem quer ou precisa ter conta no exterior. Na corretora, trabalhamos intensamente para expandir de forma integrada nossa estrutura digital. Quanto mais digital for o serviço, maior será nossa capacidade de atendimento em quantidade e qualidade. A diversificação de portfólio, com um olhar global, é uma tendência que logo vai extrapolar o mercado Private, abrangendo também o varejo”, avalia Francisco Lassalvia, vice-presidente de Negócios de Atacado, que acaba de retornar de agenda de negócios em Miami.

Digital

André Portilho, head de Digital Assets do BTG Pactual_José BenignoAndré Portilho, head de Digital Assets do BTG Pactual. (Foto: Divulgação)

As criptomoedas também se tornaram a grande porta de entrada para quem pretende investir em diferentes partes do mundo ou com base em capital estrangeiro. O BTG Pactual por meio da Mynt, plataforma de cripto do Banco, anuncia o lançamento de sua primeira stablecoin. O BTG Dol é um criptoativo com preço lastreado em dólar americano, com paridade de 1 para 1, permitindo a interação entre o sistema financeiro tradicional e a nova economia digital.

Estruturado como uma stablecoin - criptoativo lastreado em um ativo estável, nesse caso o dólar americano, a alternativa oferece a seus detentores a oportunidade de ‘dolarizar’ parte do seu patrimônio de forma simples, eficiente e segura. Com custódia própria, o BTG Dol faz a gestão do seu lastro, conferindo todo o arcabouço de segurança para o ativo, como processos de “due diligence”, contra lavagem de dinheiro e de Compliance. “Mais uma vez inovamos no uso de tecnologia financeira a favor dos nossos clientes. Ao comprar o BTG Dol, o investidor tem acesso a forma mais fácil, segura e inteligente de investir em dólar.”, diz André Portilho, head de Digital Assets do BTG Pactual.

Para Marcel Monteiro, head de Operações da Mynt, a nova cripto posiciona o BTG como referência no mercado. “Recentemente lançamos oito novos ativos, já temos 22 criptomoedas na plataforma, agora possuímos nossa própria stablecoin. Isso mostra que o Banco confia na tecnologia e vai seguir com seu compromisso de oferecer novos produtos e serviços digitais inovadores, com a solidez e confiança que é marca do BTG.”, afirma Monteiro.